Com as saudades no encalço, correndo mais que Hermes atrasado, persistimos e prosseguimos – o destino descobrimos qual é quando chegarmos lá. Nos dias de pouca nuvem, despimo-nos do desnecessário, e o corpo respira alivado embora dolorido dessa eterna caminhada. Quando há nuvem demais, o corpo cochila em pé, caminhamos tal qual sonâmbulos, só que com menos firmeza. And life goes on -- happy, happy birthday.

Buscar em outras pessoas ou coisas como a gente deve sentir é a receita do amargo. A busca em si já pode começar fadada à inutilidade. Até porque, se tudo se movimenta quase que eternamente, é revolucionário não mover um dedo na direção de qualquer coisa. Um sono vagaroso, pesado e cruel, inebria a vista, nos rouba as palavras, leva embora a pessoa quem um dia jurou ficar aqui. Mas seguimos -- pra quê?

Há uma outra coisa, essa jugular pulsante do niilismo que, se deixada sem atenção ou cuidados, paquera e casa com a melancolia e nos transforma numa figueira seca, abandonada pelo Messias. Só que do abandono e da solidão somos velhos amigos, com elas tomamos nossos cafés quase todas as manhãs, com pitadas de oculto prazer. Quando?

Se eu sinto ou não sinto, não sei. 

 

Comments

  1. Nesses tempos ultraconectados eu acho difícil entender o que é meu e o que é do coletivo, até mesmo os sentimentos. Saudades, amico! <3

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